10 de abril de 2008

Um clássico da literatura brasileira




Com Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, Machado de Assis inaugura o realismo nas letras brasileiras. A partir dessa obra ele se revela um arguto observador e analista psicológico dos personagens. O ritmo da obra é lento, com várias digressões e narrado de maneira irreverente e irônica por um "defunto autor" (e não um "autor defunto", como podem pensar). Brás Cubas, por estar morto, se exime de qualquer compromisso com a sociedade, estando livre para criticá-la e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu.




Brás Cubas vai contando a sua vida e contando os vários episódios que viveu. Conta sobre a prostituta de luxo espanhola Marcela, que o amou "durante quinze meses e onze contos de réis". Para livrar-se dela, os pais de Brás Cubas decidem mandá-lo para a Europa. Volta doutor, em tempo de ver a mãe antes de morrer. O seu amigo de escola Quincas Borba:
"Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso".

E quando ele o reencontra anos depois:
"Aposto que me não conhece, Senhor Doutor Cubas? disse ele.
Não me lembra... Sou o Borba, o Quincas Borba. (...)

O Quincas Borba! Não; impossível; não pode ser. Não podia acabar de crer que essa figura esquálida, essa barba pintada de branco, esse maltrapilho avelhentado, que toda essa ruína fosse o Quincas Borba. E era." (...)




Nenhum comentário: