19 de novembro de 2007

Você sabia?

Por que a orca é conhecida como baleia assassina?

Personagens de destaque nos grandes parques aquáticos do mundo, as orcas sustentam o assustador apelido de baleia assassina. Mas, segundo a explicação do biólogo Guilherme Domenichelli, do Zoológico de São Paulo, essa alcunha é injusta.

"Isso vem do fato da orca ser uma grande caçadora. Elas atuam em grupo e com muita eficiência", explica o biólogo. Domenichelli destaca ainda outros comportamentos da orca que fizeram com que ganhasse o apelido.
Segundo ele, é comum a mãe orca abater sua presa sem matá-la instantâneamente. Assim, é possível que ela leve algumas presas ainda vivas para os filhotes. "Isso serve para o animal mais jovem aprender a caçar."

Outro hábito da orca que pode ter sido interpretado como sadismo, é o fato dela arremessar sua presa já morta para o alto, além de golpeá-la com a cauda. É o caso dos leões-marinhos que são mortos por orcas. Nesse caso, a violência da orca serve apenas para soltar bem o couro da carne. Assim, fica mais fácil para ela comer apenas a carne de sua presa.


Por que morcegos ficam de cabeça para baixo?

Essa posição facilita a saída dos morcegos para o vôo. A característica tem a ver com o fato de que eles são os únicos mamíferos que voam. Várias estruturas desses animais sofreram mudanças durante sua evolução, em um período de cerca de 50 milhões de anos, para que eles adquirissem o hábito de voar.

Os morcegos se desprendem do local onde estão, abrem as asas, planam e em seguida, batem as asas. "Para que esses animais possam ficar de cabeça para baixo por longos períodos, houve a rotação em 180 graus dos seus membros inferiores: isto é, as plantas dos pés desses animais se voltaram para frente", disse a bióloga Susi Missel Pacheco.

A circulação do sangue também foi modificada. Artérias e veias têm válvulas que, ao serem contraídas, fazem o sangue circular para cima, o que garante que todos os órgãos do corpo recebam oxigênio mesmo quando ele está de cabeça para baixo, explicou a bióloga.

Além disso, os tendões - cordões fibrosos que se ligam aos ossos e músculos e têm a função de flexionar as articulações - permitem que os morcegos prendam-se firmemente pelas garras dos pés a qualquer lugar. Os morcegos podem ser encontrados pendurados de cabeça para baixo até quando estão mortos. "A musculatura e a força imposta pelos tendões permanece mesmo após a morte", afirmou a bióloga. É também nessa posição que morcegos têm seus filhotes.

Os peixes são capazes de dormir?

Os peixes dormem, mas não como os seres humanos, pois, já que não possuem pálpebras, eles não fecham os olhos. O "sono" dos peixes é caracterizado pela redução de seus movimentos vitais durante um certo período do dia.

"Alguns peixes gostam de 'dormir', ou seja, descansar durante a noite ou quando a água está bem fria. Outros peixes descansam até mesmo durante o dia", segundo o professor Athiê Jorge Guerra, do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Mesmo durante esse período de "descanso", os peixes forçam a passagem de oxigênio em suas brânquias com o abrir e o fechar das bocas. Assim, eles continuam respirando enquanto "cochilam".
Por que os gatos sempre caem de pé?

Isso ocorre porque a transmissão das mensagens nervosas entre os olhos, os ouvidos, os músculos e as articulações do gato ocorre tão rapidamente que faz com que o animal tenha um grande equilíbrio. Porém, para que ele caia em pé, é necessário que a queda lhe dê tempo suficiente para retomar o equilíbrio.

Quando o gato cai, os olhos e os ouvidos enviam ao cérebro uma mensagem sobre a posição da cabeça em relação ao solo. O cérebro responde com comandos para os músculos, que corrigem a postura da cabeça e alinham o corpo do animal. "Isso tudo acontece em frações de segundo e o gato chega ao solo com as patas para baixo, pronto para absorver o impacto", disse a veterinária Márcia Lima de Oliveira.

Segundo a veterinária, a elasticidade dos ossos dos gatos é apenas 1/10 menor do que a da borracha. Por isso, se um gato cair do 10º andar de um prédio, tem 90% de chance de sobreviver. Nos humanos, essa taxa cai para 10%.

Por que a aranha não fica presa em sua teia?

Há duas explicações para o fato de a aranha não ficar presa na própria teia. A primeira, é que a cola em que ficam grudados os insetos é colocada em apenas alguns fios. A aranha seria capaz de distinguir os fios "secos" e andar somente sobre esses.

Outra justificativa é que elas produzem uma secreção, como se fosse um óleo, que faz com que elas possam andar sobre os fios de seda.
A teia da aranha tem várias funções: serve de refúgio, permite a captura de alimentos e ajuda na fixação dos casulos. Segundo a professora de zoologia Rosa de Lima Silva Mello, "a teia de aranha é o resultado do trabalho que esse animal realiza utilizando um líquido fabricado por glândulas que se localizam dentro do abdômen".

As aranhas possuem estruturas na parte posterior do seu corpo chamadas de fiandeiras, por onde é expelido esse líquido, que endurece em contato com o ar, formando os fios da teia. Todas as glândulas secretam esse líquido, mas os fios de cada aranha uma diferem quanto à consistência e propósito devido a outras secreções que cada glândula produz.


Qual o animal que mais mata humanos no mundo?

Não existe um levantamento preciso e específico, mas, entre a comunidade científica, é consenso que o animal que mais mata humanos é o hipopótamo. E o biológo Guilherme Domenichelli, do Zoológico de São Paulo, confirma essa tese.
"O hipopótamo é um animal extremamente territorialista. A menor aproximação de um estranho tem como resposta um ataque", explica Domenichelli. Por isso, afirma o biólogo, é comum o registro de muitas mortes, principalmente na África, por ataques desses animais.
A aparência pacata do hipopótamo disfarça a verdadeira intenção do bicho quando ele abre a boca ao notar a aproximação de alguma pessoa: mostrar suas poderosas e destrutivas presas.
O biólogo lembra ainda que as principais vítimas são as populações ribeirinhas do continente africano, que navegam pelos rios em pequenas canoas que são consideradas uma ameaça pelos hipopótamos.
Já no Brasil, Domenichelli destaca os tubarões como um dos principais responsáveis por mortes de humanos. E para completar a lista, o biólogo cita as abelhas como uma das maiores causadoras de óbitos.
Segundo ele, as abelhas atacam em grupo, e se uma pessoa levar muitas picadas simultaneamente corre o risco de sofrer um choque anafilático e morrer por asfixia. Mas antes de causar pânico, Domenichelli avisa: os humanos não são presas de nenhuma espécie. "As mortes de pessoas causadas por animais são considerados acidentes. O ser humano não é presa de nenhum animal."

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