22 de dezembro de 2008

Férias



Até logo mais pessoal!

Gabriel e as pilhas

Por Fábio Reynol, o mesmo de o Vendedor de Palavras. Crônicas de um país de tanga na mão e corda no pescoço é o Diário da Tribo...feito para você ler no ônibus, no metrô, na fila do supermercado ou no conforto e tranquilidade do seu vaso sanitário.

Continuando...
– Por que você tem tantas pilhas, dindo? – perguntou Gabriel, de três anos, olhando para a minha montanha de pilhas usadas no balcão da cozinha, as quais eu jurava levar um dia ao descarte. Minha mulher já havia perdido as esperanças de vê-las fora de casa. Eu não era relapso. Eu só não me lembrava de pegá-las quando saía. Só isso. E elas ficavam lá, amontoadas ao lado do microondas, entre o galheteiro e o pote de biscoitos.

– É que a gente não pode jogar pilha no lixo, Gabriel.

– Por que não?

– Porque o lixo que vai no saco é enterrado. Aí, vai sair uma aguinha suja das pilhas. Essa aguinha vai sujar a terra, vai escorrer para o rio e matar todos os peixes. – disse eu orgulhoso de estar inculcando a última palavra em consciência ecológica naquela cabecinha fresca.

– Deixa eu ver – respondeu o pequeno estendendo uma mãozinha bolachuda pedindo um objeto para análise.

Dei-lhe a mais colorida de todas, imaginando que ele iria fazê-la de brinquedo, talvez um foguete espacial ou um canhão laser para o seu carrinho de polícia. Em vez disso, ele segurou a pilha, olhou-a por todos os ângulos girando-a com a mão fechada e finalmente juntou-a ao ouvido dando uma chacoalhadinha. Franziu a testa decepcionado:

– Mas eu não estou ouvindo nenhuma água aqui dentro!

Fiquei congelado olhando aquela carinha brava ansiosa por resposta. E agora, Fábio, seu jumento? Explica para ele como é que os metais pesados se decompõem e contaminam o solo. Como uma pilha seca, sem nenhum barulho de líquido dentro, pode soltar um xixi mortal para o planeta? Por que eu não chacoalhei uma pilha na orelha da minha professora de química do colégio? Essa saia-justa era para ser dela! Tive vontade de responder: “pergunte para a mãe da sua amiguinha Júlia que é PHD em Química! Ela vai provar pra você que eu não sou mentiroso!” Também pensei em: “vá procurar no Google, seu espertinho! Você sabe melhor do que eu que é lá que estão todas as respostas do mundo!” Mas por fim optei por uma saída adulta:

– Vamos brincar de carrinho?

– Vamos!!!

Ainda sinto que devo uma aula de química ao meu afilhado. De qualquer maneira, entendi finalmente o aviso das embalagens de pilhas: “mantenha longe do alcance de crianças”.

Soneto XI

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luis Vaz de Camões)

16 de dezembro de 2008

Happy Xmas [Feliz Natal]


“Fotos não são só registros, mas avaliações
do mundo. Não existe objetividade em fotografia.
Para produzir sentido, uma foto depende tanto
do repertório cultural de quem a registra, como
do de quem a vê. Afastar-se das imagens e
manter-se na ignorância, é prova de uma
imaturidade moral e psicológica.”

Susan Sontag
Escritora, ativista e fotógrafa americana.





Criado em dez 2005
Formato: pps
Tamanho: 4,48 MB

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